Segundo um novo estudo, uma em cada dez crianças são “viciadas” em videogame, e a maioria não consegue mudar isso. Essas crianças já são mais propensas a ter problemas de comportamento, mas o jogo excessivo parece para causar problemas mentais adicionais.
O estudo contou com mais de 3.000 crianças em idade escolar de Cingapura, e durou 2 anos. Quando as crianças se tornaram viciadas, sua depressão, ansiedade e fobias sociais pioraram, e suas notas caíram. Quando alguns se livraram do vício, os mesmos sintomas melhoraram cada vez mais.
Os pesquisadores alertam que nem os pais nem os profissionais de saúde estão prestando atenção suficiente para o efeito de videogames sobre a saúde mental.
Porém, outros especialistas dizem que o estudo atual tem falhas importantes. Por exemplo, pesquisas mostram que o jogo excessivo não é necessariamente comportamento viciante e que muitas crianças podem jogar por longos períodos sem que haja efeitos negativos.
Parte do problema pode ser que o novo trabalho mediu preocupação, em vez do vício. No estudo, os professores entregaram questionários aos estudantes do terceiro, quarto, sétimo e oitavo grau, incluindo perguntas sobre seus hábitos de jogo, habilidades sociais, desempenho escolar e depressão.
As crianças também responderam a dez questões para descobrir se elas eram viciadas em jogos. Se elas responderam metade das questões positivamente, eram consideradas jogadores “patológicos”. As perguntas incluíam coisas como negligenciar tarefas domésticas e gastar mais tempo com videogames, ir mal em um trabalho escolar ou teste como resultado, ou jogar videogame para escapar de problemas ou sentimentos ruins.
Em média, as crianças disseram que jogavam cerca de 20 horas semanais. Entre 9 e 12% dos meninos se qualificaram como dependentes, em comparação com 3 a 5% das meninas.
Entre as crianças que começaram como dependentes, mais de 8 em cada 10 permaneceram assim durante o estudo. Os pesquisadores descobriram que aqueles que jogavam mais horas, eram mais impulsivos ou tinham habilidades sociais mais pobres apresentavam maior risco de ficar “viciado” no período de 2 anos. Os que se tornaram viciados relataram sintomas crescentes de depressão, ansiedade e fobia social.
Pode ser que os hábitos não saudáveis de jogo alimentem os problemas mentais das crianças, que, em seguida, as leva a aumentar seu tempo de tela e assim por diante. Porém, os pesquisadores reconhecem que o estudo não prova esse ponto.
A Academia Americana de Pediatria recomenda limitar o tempo das crianças em frente a computadores ou televisores a duas horas diárias. Ou seja, os pesquisadores lembram que isso é o normal, e mais tempo do que isso pode ser prejudicial.
E mesmo que o estudo seja controverso, uma pequena minoria de crianças provavelmente sofre de dependência de videogame, assim como algumas pessoas são viciadas em jogos de azar.
Segundo os pesquisadores, para ajudar os pais devem tentar dar aos filhos jogos educativos em vez de violentos, incentivar brincadeiras em grupo e seguir as instruções dos fabricantes de jogos, como se sentar a pelo menos 60 centímetros da tela e não jogar quando se está cansado
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